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23/05/2025A Faculdade de Medicina da Bahia sediou a reunião inaugural do projeto “Enfrentando os desafios da sífilis através da autotestagem: estudo da usabilidade e aceitabilidade de um autoteste para sífilis e um autoteste para HIV e sífilis (Combo HIV/Sífilis) entre populações vulneráveis no Brasil”. Para a coordenadora-geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis, Pâmela Gaspar, essa pesquisa poderá ser uma ferramenta importante na ampliação da testagem para sífilis no Brasil.
“O controle da sífilis é um desafio de todos nós, pois ainda há um forte estigma e, por vezes, dificuldade de chegar aos serviços de saúde. Dessa forma, estamos trabalhando para diminuir as barreiras e facilitar o acesso às melhores ferramentas que proporcionem diagnóstico oportuno e autonomia do indivíduo”, informa a coordenadora.
O objetivo central do projeto é avaliar a usabilidade e a aceitação dos autotestes de sífilis e de um autoteste combo HIV/sífilis (que investiga infecção detecta infecção por HIV e sífilis ao mesmo tempo) entre as populações prioritárias. Segundo Pâmela Gaspar, a depender dos resultados obtidos, a pesquisa poderá fornecer evidências importantes para a implementação da autotestagem como uma estratégia complementar para ampliar o acesso ao rastreio da sífilis em todo o país, para além das unidades de saúde.
A iniciativa, desenvolvida pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), Bio-Manguinhos, a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/Brasília), conta com a participação ativa do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) do Ministério da Saúde.
Reunião inaugural do projeto
O encontro reuniu representantes das instituições envolvidas no estudo, abrangendo os municípios de Salvador (BA), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP) e Brasília (DF). A unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz, Bio-Manguinhos, responsável pelo fornecimento dos testes, também esteve presente. Além de Pâmela Gaspar, o técnico do Dathi/SVSA/MS, Adson Belém Ferreira da Paixão, participou do evento.
O coordenador do projeto, Laio Magno, destacou a importância da iniciativa para a saúde coletiva brasileira. “Este projeto representa um passo crucial para expandir o acesso ao diagnóstico da sífilis, especialmente entre populações mais vulneráveis. Acreditamos que a autotestagem pode ser uma ferramenta poderosa para alcançar pessoas que, por diversas razões, não procuram os serviços de saúde para realizar o teste tradicional”, afirmou.
A pesquisadora corresponsável, Inês Dourado, ressaltou o potencial da autotestagem para gerar demanda e disseminar informação sobre a sífilis. “Assim como já observamos com o autoteste de HIV, a disponibilidade de um autoteste para sífilis, e também do teste combinado, pode despertar a curiosidade e o interesse das pessoas em relação à infecção, suas formas de prevenção e a importância do diagnóstico e tratamento precoces”, explicou.
Durante os dois dias de reunião, os participantes realizaram apresentações sobre o projeto e os testes, promoveram discussões em grupo e visitaram um dos sítios de recrutamento da pesquisa em Salvador (BA), a Clínica PrEPara Salvador sediada no Casarão da Diversidade, um espaço que oferece serviços de prevenção combinada incluindo a profilaxia pré exposição ao HIV (PrEP), e assistência a populações-chave e outros grupos vulnerabilizados.
No encontro foram abordados temas como as características dos autotestes, a necessidade de possíveis ajustes nos protótipos, bulas e guias de testagem, a definição das populações que participarão do estudo, os protocolos de usabilidade e aceitabilidade, os instrumentos de coleta de dados e os próximos passos, incluindo questões éticas e o cronograma de execução. Grupos focais foram formados para aprofundar a discussão sobre aspectos específicos da usabilidade (abordagem quantitativa, a ser realizada em Salvador e São Paulo) e da aceitabilidade (abordagem qualitativa, a ser conduzida nos cinco municípios participantes).
Ministério da Saúde
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